sábado, 31 de janeiro de 2009

Lutar



*Li certa vez um poema de um poeta inglês, e uma frase dele marcou-me muito:


«Seja como a fonte que transborda, e não como o tanque, que contém sempre a mesma àgua.»


Achei sempre que ele estava errado: era perigoso transbordar, porque podemos acabar por inundar áreas onde vivem pessoas queridas, e afogá-las com o nosso amor e o nosso entusiasmo. Então, procurei comportar-me a vida inteira como um tanque, nunca indo além dos limites das minhas paredes interiores.


Acontece que, por alguma razão que nunca entenderei, tive a sindrome do pânico. Transformei-me exactamente naquilo por que tanto lutara para evitar: numa fonte que transbordou e inundou tudo ao meu redor.


Depois de curada, voltei para o tanque, e conheci-vos.


Obrigada pela amizade, pelo carinho, e por tantos momentos felizes. Vivemos juntos como peixes num aquário, felizes porque alguém deitava comida na hora certa, e nós podiamos, sempre que desejávamos, ver o mundo do lado de fora, atraves do vidro*




1 comentário:

  1. Este teu ultimo post me levou a refletir... sempre fui e sou controlado. Mas ao chegar na gota d´agua, talvez seja interessante deixar fluir.

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